quinta-feira, setembro 28, 2006


“O balanço é positivo”
Notícia no jornal Cidade Hoje, edição de 2006-09-28, jornalista: Rui Lima (“clic” na imagem para ler a notícia completa)
Manuel Cruz Prada coordenou Simpósio Internacional em Vinhais O escultor famalicense Manuel Cruz Prada coordenou, em Vinhais, o Simpósio Internacional de Escultura, tendo para o efeito convidado escultores de renome para criar obras que, de futuro, vão embelezar os espaços públicos daquela localidade. O simpósio terminou na terça-feira e, por essa altura, CIDADE HOJE conversou com Manuel Cruz Prada.

Símbolos de modernidade que irão perdurar ao longo dos anos
CIDADE HOJE (CH): Que balanço faz do Simpósio Internacional de Escultura?
Manuel Cruz Prada (MC): O balanço é muito positivo, tendo em conta a qualidade dos escultores convidados, a coordenação dos mesmos à minha responsabilidade e a realização a cargo do Município de Vinhais. O prazo estabelecido para concretizar as esculturas foi cumprido, tendo sido uma grande satisfação para todos.
CH: As obras realizadas pelos escultores surpreenderam-no?
MC: Não me surpreenderam, porque já conhecia praticamente o percurso de cada um deles, como colega e amigo de cada um, tendo ficado bastante satisfeito com cada proposta apresentada inicialmente e, no final, já com a obra acabada.
CH: Que receptividade teve a iniciativa junto da comunidade local?
MC: Ao início foi um pouco incipiente, por falta de informação local, mas depois, com o decorrer do tempo, foi tudo mais natural à medida que iam tendo conhecimento do que se estava a passar. As gentes percebiam que havia pessoas estranhas a elas e que a vila estava diferente, questionando-se e, mais tarde, questionando-nos sobre o que estávamos ali a fazer, acabando por ficar satisfeitas com as nossas respostas, demonstrando apoio e manifestando interesse pelo Simpósio.
CH: Enquanto coordenador do Simpósio de que forma desenvolveu o seu trabalho?
MC: O meu trabalho foi desenvolvido de forma a coordenar um evento que eu próprio propus ao município de Vinhais e, como tal, foi feito com muito profissionalismo, como é toda a iniciativa e trabalho que desenvolvo.
CH:. Qual será o próximo projecto de Manuel Cruz Prada?
MC: Há várias iniciativas em desenvolvimento para o ano de 2007 que envolve autarquias (entre as quais a de Vila Nova de Famalicão), particulares e outras instituições no país e no estrangeiro. O Simpósio Internacional de Escultura foi um importante encontro de escultores dedicado a escultura contemporânea. «Neste evento reunimos cinco experientes escultores, quatro dos quais de primeira linha ao nível da escultura internacional, tendo convidado adicionalmente um jovem escultor, apenas 12 anos de carreira, mas que se integrou muitíssimo bem com os restantes quatro escultores», conta Manuel Cruz Prada.
Relativamente aos trabalhos realizados pelos escultores convidados, resumidamente o escultor famalicense, descreve assim as obras realizadas.
«CARLOS BARREIRA, esculpiu uma obra denominada “BULIDEIRA” que foi realizada essencialmente em granito da região. Esta é sem dúvida uma escultura complexa e a mais elaborada das suas “Bulideiras”, não apenas pela variedade dos materiais e o trabalho a que o artista os submete, como pela quantidade de elementos narrativos e simbólicos que introduz no seu trabalho.
MANUEL PATINHA, que esculpiu “LAÇOS DE CONCÓRDIA”, tentando retratar desta forma a proximidade em Vinhais entre Espanha e Portugal. Trata-se de uma magnífica obra escultural contemporânea em granito cinza e chapa de aço corten.
PACO PESTAÑA, esculpiu “TORRE DE MARFIM”. Esta imponente obra, realizada em madeira de castanho, com uma altura de aprox. 5 metros representa uma torre com guerreiros a defenderem-se numa batalha. A defesa destes guerreiros é feita com as suas “roçadouras” (ferramentas agrícolas, que em tempos passados serviam também como meios de defesa) e com os escudos (no tronco da escultura).
PAULO MOURA, esculpiu “CÊPA VELHA RETORCIDA” em aço normal que forma um conjunto escultórico com 7 metros de altura aproximadamente e a sua base é formada por um muro de xisto velho e derrubado, acompanhando a linha de decadência da videira. Esta escultura representa a torção da videira, pois o nome Vinhais deriva de VINHA. Paulo Moura foi a jovem aposta neste importante Simpósio Internacional de Escultura, participando como assistente de um dos escultores e o seu talento não me passou despercebido.
PAULO NEVES esculpiu “VINHAIS E OS ANJOS”. Trata-se de uma escultura com 5 metros de altura, executada em chapa de aço corten, de 10 mm de espessura, suportada numa base de betão revestido a granito da região. Na parte superior foi recortada uma folha de videira e, simultaneamente, o desenho de 2 Anjos, simbolizando os Anjos protectores da Vinha. A iluminação faz-se do exterior da escultura».
A realização no Município de Vinhais do Simpósio Internacional de Escultura (http://simposiointernacionalescultura.blogspot.com/) teve como fim o de desenvolver trabalhos artísticos escultóricos com vista a dotar o concelho de Vinhais de esculturas inovadoras, símbolos de modernidade, que irão perdurar ao longo dos anos.Contudo, atendendo a diversas requalificações urbanísticas que Vinhais vai sofrer nos próximos meses, prevê-se que a colocação de todas as esculturas nos locais respectivos decorra nos primeiros meses de 2007, para posterior inauguração, talvez no dia 20 de Maio de 2007, o Feriado Municipal em Vinhais.A evolução deste Simpósio foi e continuará a ser divulgada pelo ARTESCULTURAS http://artesculturas.blogspot.com/ que recebeu visitas por parte de interessados em arte e escultura de todo o mundo (portugueses e estrangeiros que lêem facilmente em português).
Actualmente, conclui Manuel Cruz Prada, «eu e o Eng. José Alves, além de pensarmos na realização de mais Simpósios Internacionais de Escultura em Portugal, estamos a pensar seriamente, e num prazo de até 3 anos, em internacionalizar efectivamente estes eventos, realizando-os, inclusive, noutros países e convidando para tal alguns escultores portugueses. Serão feitas sempre “apostas” em escultores de qualidade da nova geração, garantindo nós o convite sempre a um ou dois novos escultores de qualidade em cada Simpósio». Por último, fica o agradecimento à Câmara Municipal de Vinhais «pelo apoio e interesse manifestado nesta acção cultural que desenvolvemos ».


Tudo começou em 1983

O interesse de Manuel Cruz Prada pelas artes e, em particular pela escultura, começou em 1983, quando frequentou a Fundação Castro Alves – já lá vão 23 anos!
Criou várias obras e começou a expor em 1988, tendo passado por vários locais a nível nacional e internacional, como descreve no blog http://mcescultor.blogspot.com/.
Adicionalmente, pelo interesse social e artístico em reunir outros escultores, «comecei a organizar Simpósios de Escultura em 2005, tendo o primeiro sido realizado em Macedo de Cavaleiros com o nome “Simpósio da Escultura do Aço”. Em 2006 lembrei-me de trazer um escultor estrangeiro (espanhol) - o Paco Pestaña - de quem sou amigo e admirador e tornar este evento com carácter internacional. Adicionalmente convidei o meu amigo surrealista Manuel Patinha que, sendo português, vive em Espanha há já 30 anos. Desta forma o Simpósio, agora realizado em Vinhais, foi o meu primeiro Simpósio Internacional de Escultura».
A definição que melhor encontra para descrever a sua evolução artística foi escrito pela Cátia Fernandes, coordenadora da revista House Traders, que diz: “Apaixonado pela essência feminina, Manuel Cruz Prada modela as peças tendo por inspiração o corpo da mulher, elemento recorrente em toda a obra. ... Por não ter um estilo definido, o seu trabalho é atravessado por três períodos: um essencialmente figurativo, outro com elementos geométricos e recentemente explorando apenas a geometria das formas. ... Em constante experimentação, Manuel Cruz Prada movimenta-se entre diversos materiais. ... O resultado são peças poderosas pela simplicidade e pela imponência do estilo. ....
Actualmente, prossegue, «a minha carreira está a ser gerida pelo senhor Engenheiro José Augusto Alves e, desde essa data, sofreu um grande impulso. José Alves é, além de um experiente empresário, um profissional conhecedor ao nível de gestão, marketing, relações públicas e que sabe “abrir portas”. Além disso é uma pessoa muito humana e um verdadeiro amigo. Desta forma, além da gestão da minha carreira, e em todos os Simpósios de Escultura que organizar (incluindo o Simpósio Internacional de Escultura que agora termina) irei concentrar-me em toda a gestão técnica e artística destes eventos, tendo o Eng. José Alves como responsável comercial e de relações públicas».